sexta-feira, 31 de julho de 2009

“OPERETA CARIOCA'

A história de amor entre a Cabrocha e o Malandro ao som do ritmo brasileiro mais popular: o samba

O termo “opereta” serve para designar um gênero leve de teatro musicado, derivado da Ópera-Bufa, sobre assunto cômico e sentimental, e no qual as estrofes cantadas alternam com as partes faladas e com os números de dança. Esse gênero de teatro, de origem francesa, recebeu tratamento à brasileira no final do século XIX, através de seu maior representante – Arthur Azevedo. Agora, em pleno século XXI, este o mesmo gênero é apresentado em “Opereta Carioca”, espetáculo deste sábado, 1º de agosto, às 21 horas, no Teatro Quitandinha.
No espetáculo, o autor Gustavo Gasparani dá continuidade à sua investigação de uma nova dramaturgia para musicais brasileiros. Dirigido por João Fonseca e com Soraya Ravenle e o próprio Gustavo Gasparani no elenco, as melodias de Offenbach dão lugar aos versos de Nelson Cavaquinho, Paulinho da Viola e toda a nata do samba do Rio do século passado. Tudo isso acompanhado por cinco músicos que tocam ao vivo em formação de regional: violão, cavaquinho, duas percussões e flauta/clarinete. A direção musical é de Nando Duarte e João Callado.

“Opereta Carioca” foi um dos projetos selecionados pelo FATE 2007 e já fez sucesso nas temporadas no teatro Maison de France e no Centro Cultural Veneza, no Rio de Janeiro. O espetáculo narra a trajetória de um casal tipicamente carioca – a Cabrocha e o Malandro. Seus encontros e desencontros, suas paixões e brigas serão contadas através de clássicos de nossa música mais popular – o Samba. O “libreto” foi criado a partir de letras que vão desde a década de 20 até os tempos atuais: de Ismael Silva a Zeca Pagodinho, passando por Chico Buarque, Dona Ivone Lara, Vinícius de Moraes, Baden Pawell, Martinho da Vila, entre outros.

Todos os gêneros de sambas estão representados no roteiro: samba-canção, samba-choro, samba de enredo, partido-alto, samba de breque, samba-afro, entre outros. No musical, as canções ganham conotação de texto e possuem função dramática. Nenhuma foi escolhida apenas por sua beleza. O surpreendente é ver como a ordem em que estão dispostas cria uma história com início, meio e fim, e com personagens consistentes. Seus compositores, muitas vezes de gerações distantes, tornam-se parceiros nesta inusitada“Opereta Carioca”, a partir da idéia original de seu autor. Para dar mais charme ao projeto, além das músicas cantadas ou transmutadas em diálogos, vez ou outra serão declamados poemas destes compositores para contribuir ainda mais com a narrativa. Os números de dança, como o cancan, da versão original, aqui serão adaptados à realidade de nossos protagonistas. Portanto, em “Opereta Carioca”, o que se dança é gafieira, dança de salão e samba. O Théâtre des Bouffes- Parisiens é transportado para a Praça Tiradentes e se transforma no Clube Elite e na famosa Gafieira Estudantina.

O autor
Gustavo Gasparani - Com “Opereta Carioca”, continua seu trabalho de pesquisa e busca de uma dramaturgia genuinamente brasileira para musicais, iniciado com os musicais “Clara Nunes – Brasil Mestiço” e “Otelo da Mangueira”. Este último, escrito, produzido e concebido pelo próprio ator, que por sua atuação foi indicado ao prêmio Shell de 2005. “Otelo da Mangueira” foi considerado um dos 4 melhores espetáculos de 2006, pela imprensa paulista, e por Antunes Filho. Seguiu em Turnée por 10 cidades do país e foi indicado pela crítica Bárbara Heliodora, em seu livro “Por que ler Shakespeare?”, como uma das melhores adaptações a partir do universo shakespeareano, juntamente com as obras de Verdi, Prokofiev, Mendelsshon, Orson Wells, Martins Pena e Leonard Berstein. Outra característica marcante do autor é colocar o Rio como cenário e sua cultura como fonte de inspiração. Gasparani também dirigiu os projetos “Comédias Cariocas” e “Mercedes de Meddelin”, com Reginaldo Faria, além dos shows “Raízes da Portela”, no Morro da Urca, com Paulinho da Viola, Marisa Monte, Tereza Cristina e velha guarda da Portela; e “Beth Carvalho - 40 anos de carreira”.

O diretor
João Fonseca - Desde 2001 é o diretor artístico da Cia Os F. Privilegiados, onde encenou “A Fonte dos Santos” (2002), de J. M. Synge, e “O Casamento do Pequeno Burguês” (2003), de Bertolt Brecht, entre outros. Em 2005 dirigiu “O Jogo”, da venezuelana Mariela Romero, e “Esses Anos Estúpidos e Perigosos”. Seus trabalhos mais recentes são “Minha Mãe é uma Peça” (2005), “Escravas do Amor” (2006), com Os F... Privilegiados, “A Ratoeira”, de Agatha Christie, “Pão com Mortadela” (2007), adaptação da obra de Charles Bukowsky, “Gota D´água” (2007), musical de Chico Buarque e Paulo Pontes, “Um Certo Van Gogh” (2008), com Bruno Gagliasso, “A Falecida”, de Nelson Rodrigues, e “O Santo e a Porca” (2008). Ganhou o prêmio Shell de Melhor Diretor em 1997 por “O Casamento“ de Nelson Rodrigues, o prêmio IBEU de Melhor Diretor em 1999 por “Tudo No Timing“, e foi indicado outras seis vezes ao Shell de melhor diretor pelos espetáculos: “Tudo no Timing”, “O Casamento do Pequeno Burguês”, “Édipo Unplugged”, “Escravas do Amor”, “Pão com Mortadela” e, concorre esse ano por “A Falecida”.

Os atores
Soraya Ravenle - Atriz, cantora e bailarina, presença constante nos musicais apresentados nos últimos anos – “Estrela Dalva”, “Teatro Musical Brasileiro”, “Samba Valente de Assis”, “Metralha”, “Tuhu - o menino Villa Lobos”, “Viva o Zé Pereira”, “Número Faz Favor” e “Dolores”. Neste último, onde interpretou Dolores Duran, recebeu o Shell de Melhor Atriz (1999). Na mesma época, foi escolhida a personalidade teatral do ano pelo jornal O Globo e uma das 20 personalidades mais marcantes de 1999 pela Veja Rio. Durante quatro anos foi integrante do Grupo Arranco, com o qual gravou dois CDs, “Quem é de Sambar” e “Samba de Cartola”. Com o grupo, participou da noite brasileira na Expo 98 em Lisboa. Por “Número Faz Favor” (1988) foi indicada para os Prêmios Mambembe e Coca-Cola de melhor atriz. Em cinema, atuou em “Sermões” e “Quem seria o feliz conviva de Isadora Duncan”, ambos de Júlio Bressane; “For All”, de Luiz Carlos Lacerda e Buza Ferraz, e no curta-metragem “Xeque Mate”, de Ricardo Bravo. Em “A Partilha”, de Daniel Filho, além da participação como atriz, gravou a música Apaixonada, de Ed Motta e Nelson Motta, para o CD com a trilha do filme.

Gustavo Gasparani - Com formação em canto e dança, iniciou sua carreira há 26 anos no Teatro Amador do Colégio Andrews, dirigido por Miguel Falabella. Em 1989, fundou a “Cia dos Atores”, dirigida por Enrique Díaz, realizando espetáculos como “A Bao A Qu” , “Melodrama”, “Noites Cariocas” e “Cobaias de Satã”, todos de Felipe Miguez, “O Rei da Vela”, de Oswald de Andrade, “Meu Destino é Pecar”, de Nelson Rodrigues e “O Bem Amado” de Dias Gomes. Em 18 anos, a companhia participou de festivais na Argentina, EUA, Portugal, Espanha, Colômbia e Porto Rico, recebendo prêmios como Shell, APCA, Molière e Mambembe. Estudou canto, ballet clássico, fonoaudiologia, mímica e técnica de Alexander e participou de mais de 35 espetáculos ao lado de nomes como Amir Haddad, Mauro Rasi, Rubens Corrêa, Marco Nanini, Sérgio Britto, Guel Arraes, Flávio Marinho, Maria Clara Machado, Dênis Carvalho, Zé Celso Martinez Corrêa, Pedro Cardoso e Luis Fernando Guimarães. Na TV participou dos programas “A Diarista”, “A Grande Família”, “Sítio do Pica-pau Amarelo” e ”Anos Rebeldes”, entre outros. No cinema, fez “Orfeu”, de Cacá Diegues, ”Uma Bela Noite Para Voar”, de Zelito Viana, “Xangô de Backer Street”, de Miguel Faria Jr, “Orquestra dos Meninos” de Paulo Thiago, e “Bufo & Spallanzani”, de Flávio Tambellini. Ministra cursos de teatro para adolescentes no Colégio Andrews e na Casa de Cultura Laura Alvim. Há 18 anos desfila como passista na Mangueira.
A direção musical

João Callado - É cavaquinhista, arranjador, diretor musical e compositor. Já acompanhou artistas como Marisa Monte, Paulinho da Viola, Dona Ivone Lara, Elton Medeiros, Yamandú Costa, Elza Soares, Paulo Moura, entre outros. Fez a direção musical dos espetáculos “Pedro Mico” (1997), “A Flor e o Samba” (1999 e 2005), “Uma Rede pra Iemanjá” (2000) e “Rio... Enredo do meu Samba (2004 e 2005). Já participou de várias gravações como cavaquinhista, arranjador e compositor e integra o Grupo Semente que acompanha a cantora Teresa Cristina, tendo se apresentado no Japão, França, Alemanha e grande parte do Brasil.

Nando Duarte - Aluno de Dino “7 cordas”, Luiz Otávio Braga e Hélio Delmiro, trabalhou com artistas como Zélia Duncan, Olívia Byington, Gal Costa (no disco “Todas as Coisas e Eu”), Orlandivo (“Sambaflex”), Clara Sandroni, grupo Abraçando Jacaré (“Um Abraço no Jacaré”), Zé da Velha e Silvéio Pontes, Paulo Sergio Santos e Leandro Braga. Atualmente toca com o violinista francês Nicolas Krassik, (“Na Lapa” e “Caçuá”), acompanha o cavaquinhista Henrique Cazes e toca com a cantora Lucina (Disco e DVD “A Música em Mim”, com Joyce, Zélia Duncan e Ney Matogrosso). É diretor musical e violonista do novo show/DVD “Bêba-me”, de Elza Soares, com quem já se apresentou na França, Inglaterra, Itália e Espanha.

Ficha Técnica
Autor: Gustavo Gasparani
Diretor: João Fonseca
Elenco: Soraya Ravenle e Gustavo Gasparani
Direção musical: João Callado e Nando Duarte
Músicos: João Callado (cavaquinho), Nando Duarte (violão), Joana Queiróz (clarinete), Fabiano Saleck (percussão) e Marcos Basílio (percussão)
Coreografia: Sueli Guerra
Figurino: Marcelo Olinto
Cenário: Nello Marrese
Iluminação: Luiz Paulo Nenen
Produção executiva: Alice Cavalcante
Administração: Isabel Litto – PAN Eventos
Realização: Gustavo Gasparani, Soraya Ravenle e PAN Eventos
Programação visual: Paula Jooury
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Serviço
01/08 - Opereta carioca – 21 h – Teatro Quitandinha
Censura: 12 anos.
SESC Quitandinha, Av. Joaquim Rolla, 2 – Quitandinha
8ª edição do Festival de Inverno do Sesc Rio
Apoio: Sistema Fecomércio- RJ
Confira a programação completa em www.sescrio.org.br

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