quinta-feira, 16 de maio de 2013

FIRJAN DEFENDE QUE UNIÃO FINANCIE OBRAS DA BR 040 E DA BR 116

Estudo mostra que investimento na Serra das Araras e de Petrópolis terá retorno rápido. Custo do frete será reduzido em até 45%


O custo das obras necessárias para solucionar os problemas existentes nas rodovias Presidente Dutra (BR 116) e Washington Luiz (BR 040), como o alto custo do frete e o grande número de acidentes, supera o previsto nos contratos de concessão. A construção da pista de subida da Serra de Petrópolis está avaliada em R$ 737,4 milhões, sendo que o contrato de concessão prevê investimento pelo concessionário de R$ 289,1 milhões, em valores atualizados para março de 2013. No caso da nova pista de descida da Serra das Araras, o valor do projeto aprovado pela ANTT é de R$ 1,7 bilhão, mas a previsão no contrato de investimento por parte do concessionário de R$ 112,7 milhões.

Na nota técnica “Brasil mais competitivo: ganhos para a sociedade com a construção das novas pistas nas serras de Petrópolis e das Araras”, divulgada nesta quinta-feira, dia 16, o Sistema FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) ressalta que, entre as medidas legais para a viabilização das obras, apenas duas permitem o início imediato, sem a necessidade de alteração dos contratos ou o aumento de custos para os usuários: execução direta pela União; e execução pelas concessionárias com ressarcimento pela União dos valores acima dos previstos nos contratos.

A adoção de uma destas medidas exigirá do Ministério dos Transportes aportes da ordem de R$ 2 bilhões – cerca de R$ 448 milhões na BR 040 e R$ 1,56 bilhão na BR 116. Para a Federação das Indústrias, este investimento, além de aumentar a competitividade do país, retornará rapidamente para a sociedade via redução do custo do frete e do número de acidentes nas rodovias.

As outras medidas para viabilização das obras, previstas em contrato, são a extensão do prazo de concessão (cinco anos para a Rodovia Presidente Dutra e oito anos para a Rodovia Washington Luiz); e a elevação da tarifa de pedágio para garantir o reequilíbrio econômico-financeiro dos contratos (percentual estimado de 24,6% no caso da Rodovia Presidente Dutra e de 41% no caso da Rodovia Washington Luiz).

Frete mais barato e redução do número de acidentes

Quando finalizados, os investimentos reduzirão o preço do frete das cargas que são movimentadas pelas rodovias. Enquanto o frete referencial de 50 toneladas de carga padrão (carga seca) no Brasil é de R$ 4,45/km na média, o custo no trecho da Serra de Petrópolis é hoje quase 70% maior (R$ 7,53/km), gerando um custo de frete referencial para os 22 quilômetros da ordem de R$ 165 para o trecho.

A construção da nova subida possibilitará a mudança da classificação de qualidade da rodovia (que inclui fatores como geometria, sinalização e condição do pavimento, dentre outros) de ruim para boa, o que reduzirá o custo de frete no trecho para valores próximos a R$ 5,40/km ou R$ 91,89 no trecho, queda de 45% em relação ao atual. De acordo com o estudo, o menor custo de frete terá significativo impacto sobre a economia. Considerando as estimativas do volume de tráfego de veículos comerciais na BR 040, caso a nova pista esteja funcionando em 2016 – o que pode ocorrer se as obras começarem ainda em 2013 - a redução no custo do frete atingirá valores superiores a R$ 190 milhões já naquele ano, crescendo nos seguintes. Assim, o investimento de R$ 448 milhões da União na realização obra, que tem previsão de três anos de duração, poderia ser recuperado em pouco mais de dois anos. A partir de 2018, os ganhos com a redução do custo do frete já superariam o valor investido pelo governo, revertendo-se em ganhos diretos para a sociedade.

No caso dos nove quilômetros da Serra das Araras, o investimento do governo de R$ 1,56 bilhão será revertido para a sociedade de forma semelhante. A melhoria do traçado da pista e o aumento da velocidade permitirão a redução do preço do frete no trecho dos atuais R$ 67,81 para valores da ordem de R$ 41,00, queda de 39%. Considerando as estimativas do volume de tráfego de veículos comerciais, caso a nova pista esteja funcionando em 2017- o que é possível se as obras começarem ainda em 2013 - a economia no frete atingiria R$ 165,5 milhões já naquele ano. Em 2024, apenas oito anos após o fim das obras, o investimento já terá retornado completamente para a sociedade.

Na nota, o Sistema FIRJAN ressalta que, além dos ganhos de competitividade que a obra trará ao país, haverá também ganho expressivo na redução da quantidade de acidentes e seus custos financeiros e sociais: conforme apresentado na nota técnica “O alto custo dos acidentes nas serras das Araras e de Petrópolis e na Ponte Rio-Niterói”, divulgada em janeiro deste ano. O estudo anterior coloca que as obras poderão reduzir em mais de um terço os acidentes nos trechos, com consequente redução de número de pessoas feridas e mortas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário