segunda-feira, 16 de setembro de 2013

ALERJ INSTALA COMISSÃO PARA ACOMPANHAR OBRAS NA NOVA PISTA DE SUBIDA DA SERRA

R$ 1 bilhão serão empregados em 20 quilômetros da rodovia

A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) está instalando, a pedido do deputado petropolitano Bernardo Rossi (PMDB), uma Comissão Parlamentar Especial para acompanhar as obras da nova pista de subida da Serra na BR-040. Pontos obscuros como o custeio de mais de R$ 700 milhões pelo governo federal e ações pontuais como retirada de famílias serão acompanhados, levantados e documentados. A comissão será formada pelo próprio Bernardo e mais seis parlamentares. Ela vai funcionar por seis meses e suas atividades ainda poderão ser prorrogadas por mais 90 dias. A Comissão vai pedir documentação da obra no Ministérios do Meio Ambiente, dos Transportes e das Cidades, ANTT, IBAMA, Secretaria de Estado do Ambiente e INEA e todos os órgãos competentes.

“A Comissão vem se somar ao procedimento já aberto pelo Ministério Público Federal e esperamos poder contribuir com as apurações que vão desde possíveis prejuízos ao aquífero da cidade e um aumento de pedágio", antecipa Bernardo Rossi que esteve na última sexta-feira, dia 13 com os moradores da Rua Luiz Winter, no bairro Duarte da Silveira, área que que muitas casas serão derrubadas para a construção de um túnel. "Esse já é um ponto onde falta respeito e informação aos moradores e mais: uma mudança no cronograma de obras não explicada", completa.

Pelo menos 25 casas da região serão demolidas para a construção do túnel. Há um ano, Pedro Jonsson, presidente da Concer, se reuniu com os moradores da localidade anunciando a intervenção e a demolição das casas, mas sem estipular prazos e sem abertura de negociações pela indenização dos imóveis. Há um mês os moradores foram surpreendidos com grande movimentação de terra.

“Se tivermos que sair, vamos sair, é claro. Mas, precisamos ser informados, ter uma ideia de indenização, de prazos, afinal, ninguém muda de casa, de tipo de vida de uma hora para a outra. Depois desse encontro com Pedro Jonsson não recebemos mais nenhuma informação, o que sabemos é fruto do que os operários comentam", diz Josiane Ribeiro, de 34 anos, que mora desde que nasceu na localidade. Seu avô, João Batista, foi o primeiro morador do local, há 90 anos.

“O que falta é respeito a esses moradores. É essa falta de informação que eles estão submetidos e todos nós, uma cidade inteira que depende da estrada também está. A BR-040 não é uma propriedade da Concer. Ela é um patrimônio de Petrópolis porque é nosso principal acesso", protesta Bernardo Rossi. A construção do túnel seria a quarta etapa da obra, dividida em cinco lotes, mas uma enorme movimentação de terra no bairro pegou os moradores de surpresa.

Pelo menos 80 homens estão trabalhando diretamente neste trecho."Se a obra começa pela nova praça de pedágio em Xerém, porque a Concer está fazendo uma intervenção que deveria ser posterior e, para a qual ela já admitiu não ter o dinheiro suficiente?", questiona Bernardo Rossi. Para o parlamentar, nesta fase da obra, também não é justificado o uso do mirante do Belvedere como depósito de material. "O que tememos é que a Concer, que só tem R$ 280 milhões para iniciar uma obra que ela mesma orçou em R$ 1 bilhão transforme toda a subida da Serra em um canteiro de obras e depois a conclusão da intervenção fique atrelada a uma prorrogação do contrato da concessionária que termina daqui a oito anos. Tememos pela viabilidade da obra, pela qualidade da nova pista, pelo aumento do pedágio", completa Bernardo Rossi.

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