quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

RELIGIÃO COMO AUXÍLIO NO TRATAMENTO DE PACIENTES COM CÂNCER

A fé pode melhorar a qualidade de vida e bem estar durante a recuperação

Receber o diagnóstico de qualquer doença não é fácil para ninguém, mas, segundo médicos e psicólogos, a fé pode ser uma grande aliada da saúde, já que faz bem para a imunidade, melhora a resposta nos processos de quimioterapia e radioterapia, e ainda pode auxiliar no combate a depressão, ansiedade e problemas de sono. Acreditar no tratamento, no médico, em si mesmo e na recuperação é extremamente importante e pode ajudar inclusive nos resultados e na cura de diversos problemas.

Para Cristina Volker, psicóloga atuante no CTO - Centro de Terapia Oncológica, quem acredita em alguma força superior, geralmente consegue desenvolver seus recursos internos para enfrentar as adversidades. “A vida diária aponta para as expressões exteriores de nossa vida interior, e a fé, reforça o poder dentro de nós para transformar nossa vida interior no nível mais pleno. Quando a fé é aplicada na prática diante das questões e problemas que encontramos, os desafios se tornam estímulos”, explica.

A fé se torna relevante a partir do momento em que o paciente recebe o diagnóstico, pois auxilia no melhor enfrentamento da doença, fortalecendo a perspectiva diante do tratamento e dando forças para que a pessoa dê continuidade em sua vida com mais qualidade. Isso acontece porque ter uma religião promove um bem estar psicológico, reduz os pensamentos suicidas, diminui o consumo de álcool e drogas e aumenta o incentivo a hábitos saudáveis. Por isso, ao descobrir uma doença, é importante que o paciente não se entregue e sempre escolha a opção de acreditar na recuperação, ser otimista e se empenhar mentalmente e fisicamente para reverter à situação.

Uma das formas de enfrentamento da doença está diretamente ligada à força da fé e as crenças religiosas. Para Cristina, que atua diretamente no tratamento de pacientes com câncer, a fé em Deus é um sentimento arraigado a nossa cultura e é tão necessário quanto são outras formas de enfrentamento. “Os pacientes oncológicos passam por períodos distintos desde a descoberta do diagnóstico até o tratamento do câncer. O primeiro momento geralmente é o impacto da informação, alguns entram em estado de choque, até perceberem que o que está acontecendo é real, e a princípio não sabem o que pensar. Dessa forma, é necessário considerar a dimensão espiritual do paciente para abordar a esperança e o enfrentamento da doença no planejamento da assistência e, para isso, é fundamental conhecer a visão de mundo e a cultura à qual ele pertence”.

Religião vem do latim “religare” que significa o “religar” do homem a alguma crença, na qual ele deposita e garante sua fé e confiança, caracterizando o “preenchimento da lacuna” que separa o homem de Deus/Divino. É essa religação que traz os aspectos de transformação e cria alicerces para que o indivíduo tenha forças para superar sua jornada terrena. ”A Religião é psicossocialmente falando, um ponto importante de apoio no que diz respeito ao preenchimento de espaços vazios, que por vezes prejudica o desenvolvimento social, humano e psicológico, levando a raça humana a caminhos que são diferentes do ponto de vista do crescimento espiritual”, afirma.

Existem diversos estudos sobre fé, espiritualidade e recuperação de pacientes e o que acontece, principalmente, na mente das pessoas, pois as crenças estão relacionadas ao que cada pessoa acredita. Pesquisas sugerem evidências de que a religiosidade tem o poder de auxiliar na cura de vários problemas de saúde, de tumores à depressão. Um estudo feito pala Universidade de Toronto, no Canadá, revelou que pessoas com fé, religiosas ou que apenas acreditam na existência de Deus vivem melhor, por terem objetivos de vida, metas e desejos de realização, que estimulam a luta e a persistência para vencer adversidades, como as doenças.

No consultório, a psicóloga Cristina Volker atende pacientes, cada qual com uma reação diante o seu diagnóstico. Apesar de a maioria ter uma religião, uns ainda chegam fragilizados, com diversos mecanismos de defesas, como revolta, negação, depressão reativa e necessitam de auxilio para desenvolver seus recursos internos e transcenderem seus medos. “Esses sentimentos podem intensificar o sofrimento e até dificultar a possibilidade de seguirem adiante com seus projetos e ideais de vida, porém a tensão desses problemas poderá ser aliviada conforme as estratégias de enfrentamento, citadas em diversos estudos, como a força da fé e as crenças religiosas, ou seja, formas de expressar a espiritualidade encontrada por cada um ao lidar com a própria doença”, conta.

Cristina afirma ainda que atende pacientes de diversas religiões, mas existe uma grande demanda de evangélicos atuantes, ou seja, aqueles que não abandonam os cultos com o adoecimento. “O fato de muitos terem uma fé que regem suas vidas, faz com que o indivíduo se fortaleça e consiga desenvolver um bom enfrentamento, acatando o tratamento, acreditando que é apenas uma fase que precisam passar na vida”.

Mais informações podem ser obtidas na sede do CTO – Centro de Terapia Oncológica localizada à Rua Dr. Sá Earp, 309 - Centro – Petrópolis/ RJ, através do telefone (24) 2244-2005 ou no site www.ctopetropolis.com.br, ou ainda no CTO – Centro de Terapia Oncológica – Três Rios, à Rua Manuel Duarte, 318 - Centro – Três/ RJ, telefone (24) 2252-3816 e site www.ctotresrios.com.br.

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